quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

PODE SER DO PASTOR

Depois de uma longa ausência,motivada por percalços técnicos (ai, estas novas tecnologias...), retomo a minha produção bloguista.
Nestes dias frios,em que muitos procuram os prazeres da neve eu lembrei-me dos pastores da minha infância (será que eles ainda existem?)

PODE SER DO PASTOR


a serra está nua

na parte mais alta
um anel de neve

dizem que é um tesouro
do espírito da montanha

ou então serão as lágrimas
do pastor

quando o rebanho lhe fugiu

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

O HOMEM QUE PEDE CIGARROS

estavam no capim
corpos retalhados

nem uma lágrima

medo

não enviaram os caixões
os corpos apodreciam
(quarenta graus à sombra)

amortalhei-os com Sheltox

brandi putas: tudo me sabia a sangue

queimei a sanzala
os heróis são assim

matei o capitão (esse cabrão)

ainda ouvem meu coração?

sinto-me bem no Júlio de Matos

os fantasmas matam-me

dás-me um cigarrinho?


Manuel Monteiro

terça-feira, 23 de setembro de 2008

O CAPITALISMO NO SEU MÁXIMO ESPLENDOR

Os teóricos do capitalismo defendem que o mercado deve ser livre.
Mercado é aqui as leis do capitalismo: os mais fortes a esmagar os mais fracos.
E agora chegámos a isto: aqueles que berravam pelo mercado livre, contra a intervenção do estado, são os primeiros a reclamar e a aplaudir a intervenção do estado norte-americano para salvar da bancarrota os grandes grupos financeiros.
Então, meus lindos, em que ficamos: na liberdade total do mercado, ou na intervenção reguladora do estado neste mesmo mercado?
Claro que todos sabemos. O estado é capitalista e só intervém para salvar os grandes capitalistas. Com intervenção do estado ou sem intervenção do estado, o mexilhão será sempre lixado.
É melhor, então, que não percamos tempo com as leis que defendem sempre os privilégios das minorias opulentas e que nos debrucemos mais em impor, pela luta, outras leis, aquelas leis que protejam os explorados.
Sim, porque a questão é esta: o estado ianque vai injectar milhões de dólares nos bancos e seguradoras falidas. E aos pobres dos cidadãos americanos, que ficaram sem casa porque não conseguem pagar as prestações especulativas a esses mesmos bancos, que apoio lhes é dado? Nenhum? Se não arranjarem casa alugada vão dormir para debaixo da ponte.

Manuel Monteiro

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

AS DIFERENÇAS

Pobre quando rouba uns tostões enfrenta a condenação da "opinião pública" e os rigores da "justiça".
Rico quando rouba milhões (por exemplo os gestores dos bancos americanos falidos)são perdoados pelos mesmos mecanismos que condenam os pobres, com a desculpa que foram vítimas das " leis do mercado".

Manuel Monteiro

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

UMA IMENSA FÉ

-Acreditas em Deus?
-Claro, acredito em tudo o que o homem criou...

Manuel Monteiro

sábado, 9 de agosto de 2008

AUSENTE PARA ESTAR PRESENTE

Estive ausente do blog durante uns dias.Mas, conforme o título indica, estive ausente para estar presente.
Estive ausente do blog, mas estive presente na luta dos meus irmãos trabalhadores da Multivending, que ocuparam o local de trabalho para que o patrão lhes pague os sete ou oito meses de salários e subsídios em atraso. É claro que a polícia veio e, à bastonada, os expulsou das instalações. Mas eles persistem. Cercam agora as instalações com bandeiras negras. Sem apoios dos sindicatos e dos partidos que se dizem de esquerda.
É isto o que o capitalismo nos dá: em pleno século vinte e um condena à fome os produtores de riqueza!
Quanto mais tempo vamos permitir isto?


CRÓNICA DO QUOTIDIANO

1.pela porta do fundo sairemos
em ordem e um tanto receosos
somos uma mistura de heróis e de cobardes
e assim nos amam as mulheres de doce olhar

2.alguém canta em surdina um hino raro
de pé ó vítimas da fome...
o bêbado brinca: de pé o tanas as pernas cedem
um rapaz retira a mão do fresco seio
e afaga o rosto inquieto que murmura:
fecharam a fábrica têxtil onde entrei menina e moça
no mesmo sítio vão abrir um bar de alterne

3.a lírica do poeta pouco pode
quando a aflição dos seres é um bar de putas
e as frágeis criatura se vergam às iníquas leis
do sistema cruel que as maltrata

4.pode apenas lembrar-lhes (como o poeta antigo)
que o rio só em fúria desmedida
arrasa as sólidas margens que o oprimem


Manuel Monteiro

quinta-feira, 31 de julho de 2008

POBRE GATO QUE TAL DONO TEM

O gato fugiu para o telhado.O vizinho, condoído, subiu ao telhado e salvou o gato.O dono do gato dá dois tiros ao salvador do bicho.Isto porque vizinho-salvador era homossexual.A besta do dono do animal imaginou que o bichano passaria a ser bicha, depois do contacto com o homem feminino.Passou-se (não na América) no Porto. A besta apanhou sete anos de prisa(aposto que à terceira ou quarta noite vai deixar de ser homofóbico e vai descobrir como é bom o sexo com os matulões da cadeia)



OS GATOS

escrevo poemas sobre gatos
e não tenho gatos

escrevo sobre jovens mulheres
sobre revoluções e traições
mas sou um homenzinho triste
que risca os dias
como merceeiro apaga dívidas no livro de calotes

quando foi desvendado o meu secreto ofício de poeta
murmurou um vizinho: pois não havia cá no bairro
poucos loucos...

mas não desisto dos gatos (estou a pensar adoptar um)
e a poesia continuará a ser o meu ofício:

assim é mais fácil suportar o aumento do preço do pão

Manuel Monteiro

quarta-feira, 30 de julho de 2008

O DONO DO MERCADO

Aqui há uns tempos-ainda o meu amado neto Gabriel morava comigo- estavam uns pategos que se diziam economistas(alguns deles que foram perigosos esquerdistas) a falar na tv no mercado,nas leis do mercado, que o mercado tudo regula.
O Gabriel perguntou-me:
-Avô, o que é o mercado?
O Mercado,Gabriel, é o Belmiro de Azevedo, aquele dono do Continente,com uma caneta nas manápulas a fazer contas aos lucros...



ACUMULAÇÃO CAPITALISTA

acumulas riqueza
o teu crescer é o crescer da pobreza

mesmo assim és feliz

sabe-te bem a santola e a perdiz

o teu filho segue o mesmo rumo:
nada faz e tudo herda

cuidado
com tanta abundância
ainda vais morrer na merda

Manuel Monteiro

terça-feira, 29 de julho de 2008

INVEJOSO

Telefonou-me um amigo a propósito da peça CAMÕES DE PRIMEIRA-CAMÕES DE SEGUNDA.
Acha que fui radical de mais. Se estivesses no lugar deles que farias?, perguntou-me,
implicando nessa pergunta uma crítica.
O problema - ou a solução - é que eu não estou no lugar deles. Estou noutro lugar. Não sei se melhor, sei que é outro lugar.
Mas para que não digam que olho para os intelectuais com aversão, aqui deixo um poema dedicado ao meu camarada-irmão,José Mário Branco.



A MAIS PURA RADICALIDADE
(ao José Mário Branco, pela coerência)

o pobre nada tem de seu
a não ser a pobreza
(bem desejaríamos que tivesse um leve
golpe de asa e alguma nobreza)

vós ó almas nobres estais intimados:
poetas pintores simples oleiros escritores

que ninguém se aproprie da dor
(mesmo para fazer obra de arte)
se não devolver a quem sofre
dos lucros a maior parte

malditos os que aos pobres vão buscar inspiração e tema
teorizam a miséria em proveito próprio
falam nos oprimidos com muita pena

e recebem os trinta dinheiros do cordeiro imolado
prémio da sacanagem de fazerem da pobreza arte
com o pobre cada vez mais desgraçado

só eu escrevo à vontade
a poesia apenas rouba um pouco de saudade
uma réstia de sol e alguma tristeza

não se conhece poeta rico
(e mesmo aqui não tenho a certeza)


Manuel Monteiro

CAMÕES DE PRIMEIRA - CAMÕES DE SEGUNDA

O prémio Camões foi este ano entregue a João Ubaldo Ribeiro.De acordo.
A marosca veio depois: este ano o júri decidiu debruçar-se só sobre autores do Brasil.
Mas porquê? Para o ano (ou no ano passado já foi assim?) debruça-se só sobre autores portugueses. E sobre os autores africanos? Migalhas? Será o espírito de potências a prevalecer? Mas Portugal é potência de que? Só porque dá uns cobres a mais acha-se no direito de dividir com o Brasil (outra potência...mas da miséria)o bolo, deixando as migalhas para os autores africanos? E estes comem esta afronta em silêncio?
Estamos numa fase em que os intelectuais estão a comer à grande da gamela do poder, aceitam todas as panelinhas. Estão, quase todos, muito horrorizados com o"terrorismo"dos pobres,das FARC, da ETA, da resistência iraquiana e palestiniana.
Que saudades de Sartre, de Neruda, de Garcia Lorca, de Zeca Afonso.Que saudade!


OLÁ ALÍPIO

empurrei a porta com toda a violência
o velho disse-me:tenha paciência
porta abre-se como quem deseja mulher
e faz festa a criança

toque-lhe num afago
puxe-a para si com carinho
empurre depois suavemente-

ela vai abrir-se de mansinho

pode suceder à porta
o que sucede muitas vezes à mulher
e à criança:

de tão violentada não cede à força ao jeito a nada

sábado, 26 de julho de 2008

O DIREITO É IGUAL

Diz-me um amigo, que é cristão:
-Ainda és comunista,depois dos crimes cometidos pelos stalinistas?
Eu, um bocado venenoso:
-E tu, ainda és católico, depois dos crimes da igreja, sobretudo com a Inquisição?
-Sim, sou católico. Pedimos perdão às vítimas e fortalecemos a fé em Cristo e na igreja de Roma.
-Ora aí está.Também eu continuo comunista e de igual forma fiz autocrítica pelos erros do passado. O direito é igual...



DÚVIDAS DE PEREGRINO

a tarde caía e eu lavava os
meus pés magoados

entre cânticos e lenços brancos
uma voz ecoa sobre a multidão em prece:

não esperes a paz nesta vida
só na morte a encontras plena

ao olhar a Senhora um pensamento
assassino me assalta:
se não me valeste no corpo
como me podes salvar a alma?

como expiação das minhas dúvidas
coloquei os joelhos na pedra e rasguei em sangue
para que todos vissem a minha renovada fé


Manuel Monteiro

sexta-feira, 25 de julho de 2008

COMO SE ELEVA UM POVO

Hoje, ao receber o prémio Camões, António Lobo Antunes fez um comovente e didáctico discurso sobre a língua portuguesa.
Os telejornais da noite abrem com parangonas sobre o "Apito Dourado",o "Caso Maddie",
os prejuizos do BPI.
Com lavagens de cérebro destas como querem que o povo se liberte da alienação?


FESTEJANDO O POVO

puro veneno é a tua língua
que tudo deturpa

puro prazer na tua queda
e na dos que te seguem

pura alegria pelas vozes comuns
que nos amam tanto

Manuel Monteiro

quinta-feira, 17 de julho de 2008

ANDAMOS TODOS UM BOCADO SORUMBÁTICOS

É. A situação política e social é deprimente. Mas a nossa costela judaico-cristã também ajuda muito.
O meu neto Gabriel quando partiu para Londres, disse-me: avô, não chores; continua com as tuas maluqueiras...
Para fazer a vontade ao Gabriel, e para vos animar um bocadinho fiz o poema FÉRIAS DE POBRE que aqui publico.

Manuel Monteiro

FÉRIAS DE POBRE

o pé acetinado a anca fina
a boca perdida por beijos-
mulher assim nem miss de surreais seios

claro era o mar
ondas só no teu corpo de sereia
mergulhava as mãos na tépida água
e com elas empurrava a jangada
que nos levava à ilha paraíso

mas havia algo estranho:
em vez do som do hula hula
era um fado chunga que me embalava

quando acordei
uma gorda mulher passava a ferro
o cão ladrava desalmado

e eu tinha a mão mergulhada no penico
estacionado junto à cama

Manuel Monteiro

segunda-feira, 7 de julho de 2008

PROCLAMAÇÃO AOS GUERRILHEIROS

ah como era doce ser ladrão dos teus tesouros:
penetrar na gruta negra e sedosa explorar as duas
ondeadas montanhas com os picos rosados entumecidos

ah como eu conhecia (sem mapas) todos os secretos
recantos onde treinei meu corpo de guerrilheiro imberbe

agora fecharam-me neste curro
exigem-me nomes datas locais

não é o doce sabor dos teus lábios
que sinto nos meus: é o sangue que o carrasco
me arrancou na tortura

exigem-me uma confissão completa

possuído pelo teu amor
não cederei aos tiranos

MM

ALGUÉM NOS ANDOU A ENGANAR

Há um país na América Latina dirigido por criminosos, apoiados pelos ianques e pelos sionistas. Este país é a Colombía. Uribe, o presidente fantoche, deve a sua ascensão política ao narcotráfego e porque é um dócil lacaio do imperialismo norte-americano.
Pode-se não concordar com tudo o que as FARC fazem, mas elas correspondem à necessidade que muitos sindicalistas, militantes dos movimentos sociais, camponeses pobres - massacrados pela oligarquia e pelos paramilitares fascistas - sentiram de responderam com a violência revolucionária e popular à violência da direita capitalista e fascita.
A D. Ingrid Betencurt fez correr pelo mundo que estava quase a morrer às mãos dos "facínoras" das FARC. Se não fosse libertada, as doenças de que padecia podiam causar-lhe a morte, assim rezava a "campanha humanitária".
Mas eis que nos aparece D. Ingrid toda fresca e lampeira, sem a mínima doença, os médicos franceses o dizem. Não sei porquê mas esta história da libertação da D. Ingrid está muito mal contada. Uma coisa é certa: a novela da suas graves doenças não passou de uma enorme patranha. E quem mente uma vez, mente mil...

MM

terça-feira, 1 de julho de 2008

O POEMA E A BARRAGEM

O poema "A VOZ DO RIO" foi feito sem intenção de me dirigir a uma barragem específica.
Surge agora a polémica com a barragem do Sabor.
Vão aprisionar o rio,a vida selvagem vai desaparecer,a natureza vai ser violentada.
A maioria da população da região está a favor, para não falar nos autarcas(mas esses estarão sempre a favor de qualquer merda que lhes dê votos).
O interior está cada vez mais desertificado e pobre. As populações aceitam qualquer projecto que lhes ofereça um mínimo de esperança de um futuro melhor. Se os ecologistas pensam que podem contestar projectos destes sem porem em causa o sistema capitalista, estão muito enganados. A ecologia pela ecologia não existe. Deve-se defender um desenvolvimento harmonioso. Mas isso em sistema capitalista é impossível.
Meus amigos ecologistas:lutar pela natureza é lutar por um novo sistema político onde prevaleçam os interesses da comunidade,e não dos interesses privados.
MM

domingo, 29 de junho de 2008

A VOZ DO RIO

onde estava a murmurante
voz do rio
está agora uma barragem

onde mergulhavas o teu
corpo (abraçado ao meu)
estão dois fantasmas de sal

a água era límpida
e um cisne fazia do rio
um reino

agora nem uma cigarra
canta sobre as águas
imundas

um dia destruiremos a
estátua de sal (que é a nossa alma
aprisionada) e resgataremos a
voz murmurante do rio

MANIFESTAÇÃO NO PORTO

Estive ontem no Porto, na manifestação da CGTP, a distribuir o jornal Mudar de Vida, a que estou ligado.
Manifestação fraca, pouca combatividade, palavras de ordem mortas.Quando alguns trabalhadores gritavam "SÓCRATES PARA A RUA" os carros de som abafavam o grito com
"POR UMA NOVA POLÍTICA". E lá voltava tudo ao rame-rame. Com orientações destas não vamos a lado nenhum.

MM

segunda-feira, 23 de junho de 2008

27 Junho de 2008


Sessão evocativa de Francisco Martins Rodrigues
e apresentação do livro "Os Anos do Silêncio"

Biblioteca-Museu República e Resistência, 21:00h
Rua Alberto de Sousa, 10 A (Rego), Lisboa

"Os Anos do Silêncio" é constituído por textos inéditos que Francisco Martins Rodrigues começou a escreve em 2006 sobre os seus primeiros anos de clandestinidade e prisão, seguidos do relatório sobre a tortura do sono (1966) e a defesa em tribunal (1970), dois documentos há muito fora de circulação e nunca editados na legalidade.

Antes e durante a sessão estará patente uma exposição biográfica.



tarjeta convocatória.jpg

COMPR0MISSO HISTÓRICO

só a poesia (ainda que em teoria)
encena a obra plena:
pum...pum..
ataca o burguês e não sente remorso
nem pena

pergunta o tribunal (burguês por sinal):
não se arrepende de fazer tanto mal?
ó meritíssimo

sinto uma sensação esquisita
mas é grande o prazer
de despachar um parasita...

MM

O PARAÍSO EUROPEU: 65 HORAS DE TRABALHO SEMANAL

Os políticos europeus continuam a trabalhar para a nossa felicidade:aprovaram as 65 horas de trabalho semanal (HORÁRIO MÁXIMO, PROCLAMAM CARIDOSOS- NÃO FOSSEMOS NÓS PENSAR QUE ERA HORÁRIO MÍNIMO)
Onde é que fica a conquista histórica, por parte do proletariado, da jornada de 8 horas?
Esta burguesia, cada vez mais parasita, quer regressar aos tempos onde os trabalhadores não tinham os mínimos direitos.
Para quem acreditava que o desenvolvimento da economia capitalista seria um factor de cada vez mais bem estar para os trabalhadores, que vá aprendendo a não ser ingénuo.
Pela lógica da Nova Revolução Tecnológica os computadores vinham para libertar o homem de muitas tarefas.As tarefas executadas pelas máquinas são mais rentáveis e libertam mão de obra. Seria lógico que os salários subissem e o horário de trabalho baixasse. Seria lógico se os meios de produção estivessem na posse da comunidade. Nas mãos dos privados, é só desgraças: salários baixos, empregos precários, horários máximos
65 horas de trabalho semanal? E então os milhões de desempregados?
MM

domingo, 22 de junho de 2008

MATÉRIA REVELADA

máscara de fogo ou de gelo?

não importa porque tudo é matéria

matéria revelada

o que se não revela
é o grau de pureza

do elemento humano

MM

Porquê poeta rebelde?

Porque sou poeta-pelo sentir e com livros de poesia publicados-, e porque me considero um combatente de causas, não aceitando esta injusta sociedade capitalista.

Este blog conterá poemas inéditos meus - e de poetas que amo - e considerações sobre acontecimentos que me toquem mais particularmente.

Gostaria que fosse também uma tribuna de debate de ideias - culturais e políticas - onde a opinião seja livre mas com elevação


MM

sábado, 21 de junho de 2008

Imperfeita Sabedoria

avô
porque faz o melro
o ninho
ao alcance da minha mão?

meu neto

é para despertar
a tua compaixão...