quarta-feira, 9 de março de 2011

CONTRA A GUERRA ou a invenção da revolução

ias pela avenida iam milhares e de
novo as velhas bandeiras dizias ao teu
filho ninguém ama a guerra

um velho sem dentes tinha na testa
um letreiro o pentágono é uma
arma de destruição maciça

era uma festa de bombos e juventude a
nossa marcha contra a guerra na janela
alguém desenhou um cherne e uma frase:
estamos fartos de ditadores eleitos

sabes parecia um maio distante ou
um abril renovado com as mesmas cores a mesma
emoção a mesma inocência
dez velhotes empunhavam uma faixa a
classe operária vencerá - vejam o que resta da
antiga revolução...
em silêncio murmurei aos teus olhos semeados de flores
as quentes flores do novo maio que há-de vir -
contra esta guerra contra este tempo de todos os
medos: sim e porque não inventarmos de novo
uma revolução?

MM

(Poema do meu livro TODAS AS MARGENS-2003- Hugin)

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