sexta-feira, 12 de agosto de 2011

O ASSALTO NEOLIBERAL

É certo que das conquistas do 25 de Abril já pouco restava.
Mas havia um estado que poderíamos chamar de social, onde a população mais pobre, e os trabalhadores em geral, tinham um abrigo mínimo para as suas dificuldades.
Agora a classe dominante entrou a matar e do 25 de Abril, no plano social, não ficará pedra sobre pedra.
São agora os aumentos indiscriminados que penalizam os mais pobres e os assalariados de baixos salários. É a seguir o roubo do 13º mês. Segue-se a alteração das leis laborais para darem toda a força aos patrões, fazendo das relações laborais uma selva onde o leão é o patrão.
O culminar desta ofensiva será o ataque às liberdades fundamentais dos cidadãos. Começará pela revisão da constituição e vai ter a sua expressão prática na repressão do descontentamento popular, expresso em manifestações de rua e outros actos.
Lentamente estamos a caminhar para uma sociedade neo-fascista, a exemplo do que se passa na Europa. Só que aqui não é a extrema-direita que conduz esse processo. São os "Homens de Chicago", acoitados no PSD/CDS e alguns no PS.
É bom que a esquerda, a do sistema e a outra, se apercebam do que está em jogo e se deixem de jogos florais.
Isto não vai com requerimentos nem com indignações parlamentares. O calculismo eleiçoeiro pode deixar a direita neo-fascista com as mãos livres para todas as tropelias. E paralisar o movimento popular à canga do fatalismo salazarista.
Em Setembro há que vir para as ruas gritar, ocupar as praças, as avenidas, os bairros.
Discutir para agir, acordar as pessoas desta inércia e para expressarem a revolta surda num imenso clamor que faça recuar a direita revanchista.
Ou isso, ou então é o caminhar lento para um novo fascismo
Que caminho vamos escolher?

Manuel Monteiro

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