quinta-feira, 23 de setembro de 2010

VIVER DA DESGRAÇA DOS OUTROS

Uma senhora que anda por aí a espalhar charme, Fátima Lopes de seu nome, transferiu-se da SIC para a TVI. Tudo bem ou, como dizia o outro, é para o lado que durmo melhor, porque não ligo às vidas coloridas da pequena e média burguesia.
Mas a senhora, e os seus patrões da TVI, ultrapassaram todas as marcas na sua missão de alienar e amesquinhar o povo.
Aproveitando-se das grandes dificuldades das pessoas, lançaram um programa em que prometem pagar as dívidas que lhes aflige a vida.
O espectáculo é degradante. As pessoas que participam nesta humilhação prestam-se a um papel muito triste, mas não as podemos condenar, porque as dificuldades da vida e as limitações culturais levam muitas vezes as pessoas a perderem o sentido da dignidade.
De condenar é a senhora Fátima Lopes e os seus patrões que, para conseguirem subir as audiências, recorrem a este circo miserável e repulsivo.
Os poetas e os revolucionários bem gritam: POVO! NÃO BAIXES A CABEÇA! Mas os tempos são sombrios e o vento leva para longe a dignidade deste povo tão antigo.
Entretanto, esperando que o vento mude e que as ruas se encham de gritos de revolta e júbilo popular, cantemos essa beleza em multidão.

A LINHA DA BELEZA

A linha da beleza está
na calçada do chão na pedra circular

na linha da mão

No interior profundo do teu ser:
sentimentos lágrimas e quando
ao fim da tarde me afagas

A linha da beleza não é a geometria conseguida
mas a serena desordem que connosco cavalga

pela vida

Poema do meu livro IMPERFEITA SABEDORIA

Manuel Monteiro

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