O prémio Camões foi este ano entregue a João Ubaldo Ribeiro.De acordo.
A marosca veio depois: este ano o júri decidiu debruçar-se só sobre autores do Brasil.
Mas porquê? Para o ano (ou no ano passado já foi assim?) debruça-se só sobre autores portugueses. E sobre os autores africanos? Migalhas? Será o espírito de potências a prevalecer? Mas Portugal é potência de que? Só porque dá uns cobres a mais acha-se no direito de dividir com o Brasil (outra potência...mas da miséria)o bolo, deixando as migalhas para os autores africanos? E estes comem esta afronta em silêncio?
Estamos numa fase em que os intelectuais estão a comer à grande da gamela do poder, aceitam todas as panelinhas. Estão, quase todos, muito horrorizados com o"terrorismo"dos pobres,das FARC, da ETA, da resistência iraquiana e palestiniana.
Que saudades de Sartre, de Neruda, de Garcia Lorca, de Zeca Afonso.Que saudade!
OLÁ ALÍPIO
empurrei a porta com toda a violência
o velho disse-me:tenha paciência
porta abre-se como quem deseja mulher
e faz festa a criança
toque-lhe num afago
puxe-a para si com carinho
empurre depois suavemente-
ela vai abrir-se de mansinho
pode suceder à porta
o que sucede muitas vezes à mulher
e à criança:
de tão violentada não cede à força ao jeito a nada
terça-feira, 29 de julho de 2008
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